Momento pra dançar!!

			No silêncio onde a noite cala eu canto.
			Sem falar... em silente melodia...
			No meu canto noturno tarda o dia...
			No meu canto silente tudo é tanto...

			Tudo cabe em meu canto: calma e espanto.
			Cabe a dor mais antiga e mais tardia.
			No compasso da minha arritmia
			Cabe o riso escondendo o meu pranto...

			Mas não cabe em meu canto o sentimento
			Que por ti, amor meu, experimento,	
			Transformando meu Largo em Alegreto.

			Nessa hora, transborda o canto em grito!
			Vai mais longe e traspassa o Infinito,
			Vai além dos limites de um soneto!!

			Conspurco sua métrica e rima:
			Paro aqui.
			Vou adiante...

			Meu canto nesta noite não termina...

			Vem, amor... dança comigo!

			(te pego pela cintura,
			 te chamo pra mim!)

			“vem...   assim...   assim nesse bolero...
			pra lá...   pra cá...   pralápracápralá...
			nós dois...   um só...   nós somos dois em um...
			você...   e eu...   no ritmo comum...
			mais um...   mais dois...   no quarto a girar...
			sem fim...   sem não...   só sim e quero mais...
			girar...   voltar...   cadenciadamente...
			sentir...   querer...   num mútuo desejar...”

			Paro.
			Olho.
			Abraço e beijo...
			Te deito...
			Me deitas...


			(Meu canto nesta noite não termina...)

			Vem, amor... dança comigo!

			vem...   assim...   assim nesse bolero...
			pra lá...   pra cá...   pralápracápralá...
			...
			sem fim...   sem fim... semfimsemfimsemfim...




			Antoniel.

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